À hora a que escrevo este post, ouvindo as últimas na Antena 1, tudo aponta para que o governo opte pelo aumento dos impostos para combater o "monstro". É pena.
Por duas razões.
Porque ninguém vai crer que o PS de Sócrates não conhecia o valor real do "monstro" quando andou pelo país fora a prometer tudo às pessoas menos a subida dos impostos. Porque Sócrates e o PS mentiram às pessoas quando disseram que não haveria aumento de impostos se fossem governo.
Mentiram, porque sabiam que só com despesas extraordinárias o défice podia ser inferior a 3%.
Dizer hoje que isto não era do seu conhecimento é mentir descaradamente.
E isto é péssimo. Descredibiliza, ainda mais, os políticos, a política e a democracia portuguesa. É péssimo. Porque, mais uma vez, Portugal é que perde.
É que, a ser verdade, repito, a ser verdade, o aumento do IVA contribui de forma activa para a perda, ainda maior, da competitividade das nossas empresas. O que provocará ainda mais desemprego, mais pobreza e mais exclusão social.
Financeira e animicamente, todos ficaremos mais pobres.
Sócrates escolheu, pois, o pior caminho possível.
Como alguém no "Prós e Contras" de ontem dizia: "Se não é num contexto político destes, em que o PS tem maioria absoluta e o PSD está disposto a um pacto de regime para estancar de vez a hemorragia das finanças públicas, para encarar o problema de frente, quando será?"
Por este caminho, não me admira nada que, daqui a uns tempos, o primeiro-ministro nos venha anunciar a segunda promessa não cumprida do seu programa eleitoral. Que, para criar 150 000 empregos, nunca se poderia ter ido só pela via do aumento dos impostos.
E que, para combater um défice real, ainda maior daquele que hoje se prevê, se tenha mesmo de optar por cortar na despesa de funcionamento do Estado!? Aquilo, portanto, que toda a gente está farta de saber.
De facto, os portugueses não merecem isto.