Insuspeito

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01 junho 2005

"Afinal parece que há pouca vida para além do défice..." José Manuel Fernandes

«Falando dos que têm mais responsabilidades, é bom lembrar que houve quem sempre tivesse um discurso coerente - como o governador do Banco de Portugal -, e quem mudasse de rumo, como o Presidente da República. É que foi o mesmo Jorge Sampaio aquele que anteontem, e bem, apelou ao sentido patriótico de patrões e sindicatos, e o que teve algumas das intervenções menos felizes a propósito das contas públicas. Se há frase que os portugueses não esquecem é a sua intervenção sobre "haver vida para além do défice", palavras glosadas até à náusea tanto pelos que serão sempre contra quaisquer medidas de rigor orçamental, como comunistas e bloquistas, mas também pelos socialistas.
Estes, por sua vez, fizeram da denúncia da "obsessão pelo défice" o seu cavalo-de-batalha, estando agora metidos na mesma alhada e, mesmo dizendo que não estão obcecados, é essa a primeira prioridade e a que vai condicionar todas as outras. A sua vida seria hoje bem mais fácil se tivessem sido mais construtivos no passado recente.
O défice é mesmo um problema, hoje como em 2000 ou em 2002. Com a desvantagem de hoje ser ainda maior e a vantagem de, entretanto, as regras europeias terem mudado e o actual ministro das finanças não se ver na aflição de Ferreira Leite, quando teve de manter as contas públicas abaixo dos três por cento.
(...)
O défice, repito, é um problema que não desaparece numa legislatura, razão por que, apesar do nosso sistema político não o favorecer, era positivo que o PS não fechasse a porta à disponibilidade manifestada por Marques Mendes no último debate parlamentar para realizar acordos e que este não fizesse do aumento dos impostos uma fixação. Mas isso talvez seja pedir demais.»
José Manuel Fernandes, "Verdade e Demagogia", "Público", 1/06/2005 (sublinhado nosso).

1 Comentários:

Às 11:49 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Não se admirem aqueles que algum dia acharam que o Sr. Presidente pautou a sua actuação por um comportamento apartidário.
Ora vejamos, não é de admirar que á sencivelmente um ano o Sr. Presidente tenha apoiado a chegada a São Bento de Santana Lopes, pois sabia de ante mão que se convoca-se elelicões naquele momento com Ferro Rodrigues a liderar o PS, iria legitimar quatro anos a uma Governação PSD ou de coligação.
Assim esperou que as vulgares contradições de ministros acontecessem para depois justificicar uma queda de governo e convocar eleições nessa altura.
Como resultado de tudo isto beneficiaria o PS; o lider da oposição esteria então algo desgastado pela actividade de governação e pela comunicação social e teria no PS um lider que agradaçe mais ao eleitorado de centro.
Se assim o pensou, ou não pelo que parece foi assim que aconteceu.
Não se iludam, saibam ver para alem do hoje, e conseguirão deixar de se surpreender com muitas das coisas que acontencem no país.

 

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