Um debate esclarecedor

O debate do princípio da tarde de ontem na Antena 1, com os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lagos, ainda que curto, acabou por ser suficientemente revelador do essencial.

Parece paradoxal mas não é. E o essencial são quatro coisas.

Provou-se o descontentamento da população face à prestação do Executivo PS ao longo do mandato que agora termina. Segundo a jornalista, os inquéritos de rua - os que passaram em antena e os outros -, foram demolidores para Júlio Barroso.

Constatou-se a completa ausência de ideias e, mais uma vez, os 'maus fígados' do candidato do PS. A quem critica só lhe ocorre chamar de 'ignorante' (na melhor das hipóteses). A quem discorda, lá vem mais uma manifestação de 'repúdio'. Um poço de rancor.

E um vazio de ideias para o futuro. Enfim, nada que já não se soubesse.

Foi também surpreendente a prestação da candidata do Bloco de Esquerda. Ficou provado que a tal 'impreparação e imaturidade' que alguns dirigentes locais do BE apontavam para uma não candidatura à Câmara eram atributos mais do que infundados para que os bloquistas não avançassem.

Maria Clara Pereira não comunga certamente dos ideais que eu comungo. Mas que deu provas de uma vontade inequívoca de lutar por aquilo que pensa e de mostrar por que não se rendeu aos conluios políticos que lhe prepararam, lá isso deu.

Por último, a prestação de José Valentim. Clara e objectiva q.b.

Foi claro a apontar o principal erro do PS ao longo deste mandato - o modo incompetente com que tratou da questão do planeamento. E mais claro ainda nas ideias e na grande prioridade da candidatura social-democrata - sem planos aprovados não teremos investimento hoteleiro de qualidade; sem planos aprovados não há dinamização da economia nem criação de emprego.

E que sem uma perspectiva sub-regional, sem uma estratégia de desenvolvimento para as Terras do Infante, estaremos condenados a sermos, apenas e só, a periferia de Portimão.

Um debate esclarecedor, portanto.