Marques Mendes faz bem quando diz sobre o Orçamento/2006 "que o caminho proposto pelo Governo é globalmente positivo".
Não só porque é coerente com aquilo que defendeu enquanto ministro do governo de Durão Barroso e Ferreira Leite.
(Menos Estado, menos impostos, mais investimento, mais emprego. Maior competitividade, mais riqueza.)
Faz bem, sobretudo, pelo sentido de Estado que se exige do líder do maior partido da Oposição.
Ao presidente do PSD pede-se lealdade para com os princípios da social-democracia portuguesa. Mas não só.
Acima de tudo, que tenha a coragem de pôr sempre os interesses de Portugal acima da guerrilha partidária. E Marques Mendes fê-lo.
Foi corajoso, coerente. Foi honesto. Mais uma vez foi sério. O que só o credibiliza. A ele e à classe política. À democracia.
Durante dois anos, o PS fez guerra aberta ao caminho seguido por Durão e Ferreira Leite. Da sua essência - fora OTAs, TGVs ou previsões ilusórias sobre as exportações - só disse 'cobras e lagartos'. Agora já faz o contrário.
Há dois anos, o PS só olhou para os interesses do partido e não para os da nação.
Os portugueses farão o seu juízo sobre o facto de ontem dizerem uma coisa e hoje outra...