Insuspeito

Ambiente e Urbanismo. E-mail: nunomarques2009@gmail.com. Também no FACEBOOK, em www.facebook.com\nunomarques2009.

30 julho 2007

Imobiliário turístico e PROTAL

Miguel Freitas, o presidente do PS/Algarve, tem alguma razão na reacção às palavras de Macário Correia sobre os projectos que José Sócrates veio apadrinhar, este fim-de-semana, ao Algarve.
Também eu, ao contrário de Macário Correia, tenho muitas dúvidas se todos esses projectos não serão compatíveis com o PROTAL.
Em boa verdade, serão.
Mas não pelos motivos que invoca Miguel Freitas.
Os projectos que Sócrates veio apadrinhar são todos compatíveis com o PROTAL porque é de um plano onde tudo cabe e onde nada cabe que se trata.
O PROTAL é tão restritivo e ao mesmo tempo tão permissivo que dá para quase tudo.
Ou seja.
Se o Governo quiser, aprova o que quiser e chumba o que quiser.
É uma questão de 'vontade política' ou de falta dela.
Miguel Freitas achará que não, concerteza. O presidente do PS/Algarve achará que é um excelente plano e que todos os projectos apadrinhados cumprem com o PROTAL e respeitam o ordenamento e o planeamento territorial. Está no seu papel...
Mas Macário tem razão numa coisa.
Os tais projectos são muito mais iniciativas imobiliárias com uma componente turística do que iniciativas turísticas com uma componente imobiliária.
E que, ao contrário do que Sócrates diz, não é por esses empreendimentos e por causa desses 'mega-anúncios' que o Algarve vai requalificar a sua oferta turística. São investimentos importantes, sem dúvida, com impactes ambientais negativos, impactos económicos e sociais positivos, sem dúvida, mas não são 'novidade' nem o mais importante de tudo. São sinais.
Mais importante, e isso passou ao lado da atenção da comunicação social, é a formação dos activos da hotelaria e da restauração e levar por diante uma, duas ou tantas escolas de formação hoteleira quantas forem necessárias. Sócrates anunciou uma nova escola hoteleira, e fez bem. É prioritário!
Mas porquê tanta pompa e circunstância à volta de algo que tem tão pouco de novidade para a região - como os novos 'resorts' - e que levou uma eternidade para ter luz verde!?
Porque sim. Porque é fundamentalmente do show-off que vive a política dos governos.

15 julho 2007

Fim-de-ciclo

O Partido Social Democrata foi o primeiro dos maiores derrotados nas eleições intercalares de Lisboa e o líder nacional tem de retirar as devidas ilacções políticas de uma sucessão de acontecimentos negativos - da sua responsabilidade - que culminou com a humilhante derrota desta noite.
A verdade é que o eleitorado penalizou a atitude de Marques Mendes e ele devia ser o primeiro a sair. A sua credibilidade também passaria por aí.
É, pois, necessário clarificar as coisas internamente mas não com ele como hipótese.
O PSD vale muito mais do que o resultado de Lisboa pelo que é hora de partir para uma nova fase.
É hora do partido e dos seus dirigentes começarem a falar dos problemas que todos os dias afligem a base social de apoio deste grande partido português e a propôr as alternativas que se impõem. Deixar de andar a fazer política a reboque da agenda mediática do Governo é fundamental.
A democracia portuguesa precisa de um PSD forte, com novos actores políticos, e que seja uma voz crítica, frontal, avisada e permanente das preocupações reais dos portugueses.
E que se assuma como verdadeira alternativa de poder a José Sócrates e à sua "política de aparências".
Quanto à abstenção, novamente a grande vencedora de umas eleições em Portugal, é mais um aviso para a falta de renovação dos actores e para a mesma forma de sempre de fazer política por parte dos partidos e de alguns dos seus dissidentes-independentes.
Quando numas eleições para a capital de Portugal aparecem doze candidatos, os mesmos actores de sempre, e tão poucas e fracas ideias, de que é que estão à espera?
Pensam que o povo não sabe, é?
Pois desenganem-se.

11 julho 2007

Informação oficial do PSD/Lagos em 'voxlacobriga.blogspot.com'

O site oficial do PSD/Lagos - voxlacóbriga.com - passou a blogue e já está acessível em www.voxlacobriga.blogspot.com, ainda que em fase experimental.
Esta foi a forma encontrada pelos sociais-democratas de Lagos para facilitar o acesso à informação e aos conteúdos derivados da acção política autárquica do PSD lacobrigense.
Com a passagem de site a blogue espera-se igualmente que saia reforçada a interacção entre o partido e a sociedade civil.

10 julho 2007

Pior que a encomenda
A encomenda tinha sido aquela e, apesar da sessão da Assembleia estar no fim, o presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião não resistiu e leu o documento que trazia consigo.
Lançou a confusão.
Com a sua intervenção, com uma linguagem próxima do insulto, sem a frontalidade que a alegada gravidade da acusação merecia, sem a coragem de dizer claramente a quem é que se dirigia - lançando a suspeita generalizada sobre todos -, o deputado municipal e presidente, a tempo inteiro, da maior Junta de Freguesia de Lagos não esteve à altura das suas responsabilidades.
Errou e nada do que se seguiu lhe serve de desculpa nem o desresponsabiliza.
Pedro Cruz não mediu as suas palavras o que fez com que os ânimos se exaltassem muito para além do razoável.
Não havia qualquer necessidade daquilo porque a pessoa que escolheu para atacar - soube-se a seguir -, não o merecia.
Ora, um político não pode agir assim.
Apesar de crescido na idade, o presidente de junta foi de uma infantilidade e de uma irresponsabilidade política extrema no tom, no modo e no assunto que escolheu para criticar a deputada da CDU.
Que lhe sirva de exemplo a vergonha que foi para a Assembleia e, sobretudo, para Lagos, aquilo que se passou de seguida.
E que pondere melhor as encomendas que lhe fazem antes de "dar o corpo ao manifesto" a atear o fogo.

08 julho 2007

Actos e actas
A decisão do presidente da Câmara é conhecida.
Desde Janeiro de 2007 que as actas das reuniões do Executivo deixaram de fazer menção às intervenções dos seus membros no âmbito da discussão dos pontos da Ordem de Trabalhos, como sempre aconteceu.
E como seria normal que continuasse a acontecer.
Ou seja, desde essa data que as actas omitem o que de essencial se passa nas reuniões além do resultado das votações ou do período de antes da Ordem do Dia.
Júlio Barroso sempre disse que estava a cumprir o Regimento à risca e eu sempre lhe disse que não estava, que o Regimento não previa nada disso.
Pois bem, a resposta a um requerimento apresentado por mim, solicitando os critérios seguidos pela Secretária responsável pela elaboração das Actas para classificar o que é ou não essencial pôr nas actas, por inóqua que é, não podia ser mais elucidativa.
O Regimento não obriga nem prevê essa omissão, como sempre se soube.
O que acontece é que o presidente não quer que se faça menção nas Actas às intervenções dos Vereadores eleitos pelo PSD e pronto. 'Ponto final'!
E, se é assim que o presidente quer, a Secretária obedece.
Embora, neste caso, não devesse, porque é sua a responsabilidade da elaboração das actas e não do presidente.