Insuspeito

Ambiente e Urbanismo. E-mail: nunomarques2009@gmail.com. Também no FACEBOOK, em www.facebook.com\nunomarques2009.

28 janeiro 2012

Os Descobrimentos na agenda do Turismo

Naquela que é bem capaz de ter sido a sua aparição mediática mais forte desde que assumiu a pasta do Turismo –entrevista ao jornal «Expresso» de 14 de janeiro–, a secretária de Estado foi muito clara na revelação da política que pretende para o setor.
«Portugal lá fora tem de ser um só» é a palavra de ordem de Cecília Meireles para obter uma promoção internacional mais eficiente e vendermos melhor este destino turístico. A mudança (estrutural) passará pela fusão dos pólos do Turismo de Portugal e AICEP atualmente dispersos pelo estrangeiro e tantas, tantas, vezes –e há tempo demasiado...– parecendo aos olhos de todos trabalharem de costas voltadas uns para os outros.
Também cá dentro haverá mudanças em linha com a mesma ideia de maior rentabilização dos meios e recursos disponíveis. As atuais dezassete estruturas de promoção vão dar lugar a apenas cinco territorialmente coincidentes com as NUT II continentais (Algarve, Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Norte) e o Turismo de Portugal contratará diretamente, e só, com cada uma delas. Soa-me acertado.
Já quanto à ideia de manter o atual modelo de financiamento, logo veremos. Não vejo como é que neste contexto de crise as autarquias do «arco turístico», algumas delas em falência técnica, vão conseguir garantir a sua comparticipação na promoção: €1 por cada euro de investimento privado a que necessariamente se somará €4 do Turismo de Portugal.
Mais discreta, porém não menos importante, é a assunção pela secretária de Estado de que temos de enriquecer o imaginário dos nossos potenciais visitantes sobre nós próprios. Além de sermos conhecidos pelo «sol e praia» ou pela excelência do clima, também temos de o ser por outras coisas que tão bem nos distinguem e podem contribuir para aumentar o número de turistas e diminuir a sazonalidade, como sejam a Gastronomia, a Cultura ou... a história dos Descobrimentos. Ora, em consonância com essa mesma estratégia, se esta não é uma flagrante janela de oportunidade para Lagos e para o Algarve apostarem em definitivo na candidatura da Baía de Lagos a património da Humanidade, então o que é?
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Este artigo foi publicado na edição de 27 de janeiro de 2012 do jornal 'O Algarve'.
Foto: allposters.com.br

24 janeiro 2012

Reforma do Turismo em marcha

Temos de enriquecer o imaginário dos nossos potenciais visitantes sobre nós próprios, assume, sem hesitações, a secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles. Além de sermos conhecidos pelo «sol e praia» ou pela excelência do clima, também temos de o ser por outras coisas que tão bem nos distinguem e podem contribuir para aumentar o número de turistas e diminuir a sazonalidade, como sejam a Gastronomia, a Cultura ou... a história dos Descobrimentos. Ora, em consonância com essa mesma estratégia, se esta não é uma flagrante janela de oportunidade para Lagos e para o Algarve apostarem em definitivo na candidatura da Baía de Lagos a património da Humanidade, então o que é? 
   
FOTO: Cecília Meireles, secretária de Estado do Turismo.

Naquela que é bem capaz de ter sido a sua aparição mediática mais forte desde que assumiu a pasta do Turismo –entrevista ao jornal «Expresso» de 14 de janeiro–, a secretária de Estado foi muito clara na revelação da política que pretende para o setor.
«Portugal lá fora tem de ser um só» é a palavra de ordem de Cecília Meireles para obter uma promoção internacional mais eficiente e vendermos melhor este destino turístico. A mudança (estrutural) passará pela fusão dos pólos do Turismo de Portugal e AICEP atualmente dispersos pelo estrangeiro e tantas, tantas, vezes –e há tempo demasiado...– parecendo aos olhos de todos trabalharem de costas voltadas uns para os outros.

Leia mais na edição de 27 de janeiro do jornal 'O Algarve'.

18 janeiro 2012

«Hora H para o arrendamento» ('O Algarve', 13/jan)

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15 janeiro 2012

O que podemos fazer por Lagos em 2012?


Foto: portugaltours.com.pt
Artigo publicado na edição de janeiro de 2012 do jornal 'Correio de Lagos'.

O Orçamento e as Opções do Plano para 2012, da responsabilidade do PS, foram aprovados na última sessão da Assembleia. Adivinhava-se que expressões como “contenção” e “redução de despesas” dominariam os documentos e o debate mercê do grave desequilíbrio financeiro em que a Câmara se encontra e da austera ‘dieta’ a que necessariamente vai ter de se sujeitar.

Não obstante o anedótico dos números apresentados (ninguém acredita que a Câmara vai arrecadar este ano o dobro das receitas do ano passado...), a expectativa em torno do Orçamento consistia em saber se era desta que se revelaria a verdadeira dimensão do buraco e quão fundo iriam os cortes, ou se sempre se confirmaria que a capacidade de investimento municipal seria quase zero.

Além disso, olhando para o futuro, o que igualmente importava era ver até que ponto o PS poria de lado a demagogia e seria capaz de produzir um Orçamento credível, assente em projecções realistas e em compromissos de poupança exemplares. Ouvirmos quem nos governa reconhecer os erros que cometeu é sempre um bom estímulo para os cidadãos manterem acesa a chama da esperança e do otimismo, sobretudo quando entramos num ano tão difícil.

Não obstante, disse-o antes, as minhas expectativas eram baixas quanto a assistir a um ‘mea culpa’ socialista pela gravidade da situação financeira municipal ou a ouvi-los falarem verdade sobre a real dimensão da dívida. Não me enganei, de facto. E quanto à razoabilidade na distribuição dos sacrifícios?

Neste contexto tão difícil, será razoável que os contribuintes de Lagos tenham de continuar a sustentar ‘belos’ ordenados de administradores de empresas municipais comprovadamente inviáveis? E não é de espantar que o Sr. Presidente da Câmara Municipal se assuma agora mais ‘troikista’ do que a Troika ao antecipar uma nova reestruturação de serviços conforme o Documento Verde mas ignore outras medidas nele constantes como seja a redução do número de vereadores a tempo inteiro de três para dois?

Perante a falência do seu modelo de desenvolvimento para Lagos, responsável que é pela insolvência de uma Câmara até proibida por lei de aceder ao crédito, o PS vê-se agora na contingência de fazer o contrário daquilo que sempre disse e obrigado, por culpa própria, a reduzir drasticamente os apoios aos mais carenciados, às IPSS, associações culturais e desportivas ou às freguesias. Em Lagos, com muita e franca tristeza o digo, e repito, cumpriu-se a velha máxima que diz: “Os piores inimigos das políticas sociais são os executores de políticas económicas incompetentes e irresponsáveis”.

Na altura certa, em tempo devido, alertei para o que poderia acontecer se não corrigíssemos a rota. Creio, por isso, que a maioria dos lacobrigenses compreendem hoje muito bem que, a mim em especial, não seria justo exigir-me que agora me associasse à ‘terapia de choque’ de um problema que não criei e que tudo fiz para evitá-lo. Quanto à abstenção na votação do Orçamento, essa seria sempre uma hipótese a ponderar, assim o PS fosse também, por uma vez, rigoroso na apresentação dos números e razoável na distribuição dos sacrifícios, facto que manifestamente não aconteceu.

Neste quadro em que os bons exemplos não vêm de cima como deveriam, teria eu então alguma obrigação de embarcar no mesmo barco do PS/Lagos no Orçamento deste ano e comprometer-me com as duras medidas anti-sociais nele previstas... só porque sim? Que justiça haveria nisso?

Perante a certeza de que o PS nenhuma esperança mais é capaz de dar às gentes de Lagos, que melhor desejo poderei eu ter para o Ano Novo do que acreditar que os lacobrigenses vão reagir, aproveitar para se questionar sobre o que cada um de nós pode fazer pela sua querida terra e começar a pensar a sério em quem podem, de facto, confiar para mudar Lagos de verdade a partir das Autárquicas de 2013?

14 janeiro 2012

Hora H para o arrendamento


Ainda a poeira não tinha assentado e já algumas das principais associações de inquilinos e proprietários atiravam pedras à reforma do arrendamento urbano apresentada pelo Governo, o que deixa antever as fortes resistências que vão com certeza haver à aprovação da nova lei da locação de imóveis em Portugal.
Uma breve retrospectiva sobre o rasto histórico do arrendamento e dos regimes legais que o vêm deficientemente enquadrando desde há 150 anos permite-nos facilmente perceber que este sempre foi um assunto que nenhum regime político entretanto ocorrido (e foram de vários tipos e inspirações...) pode gabar-se de ter resolvido convenientemente, a favor das cidades, da economia do país ou de sucessivas gerações de portugueses.
Chegámos até aqui com um mercado de arrendamento habitacional distorcido, desfasado das necessidades e com um peso pouco mensurável na globalidade do mercado da habitação, com um imenso parque edificado entregue à sua sorte por proprietários descapitalizados e desinteressados de investirem nele, e com uma franja populacional, sobretudo a mais idosa, a viver em condições inacreditavelmente desajustadas dos padrões de conforto que se impõem para a época que vivemos.
Mas não é só o anacrónico paradigma vigente (nele se incluindo, é claro, o regime do arrendamentos comercial) que precisa ser abalado de vez nos seus alicerces, como pretende o Governo, a fim de se dinamizar o mercado de arrendamento, impulsionar a economia da reabilitação urbana e ir revitalizando as cidades.
Além de termos a obrigação de honrar o compromisso assumido com a Troika, é fundamental que todos tenhamos presente que, sem um consenso de longo prazo entre os partidos do arco da governação a este respeito, qualquer reforma com o impacto social e económico que esta inevitavelmente terá correrá sérios riscos de fracassar. Faço figas para que o sentido da responsabilidade impere sobre a demagogia e o oportunismo político tão do agrado de alguns sempre que há que construir importantes decisões de mudança.

12 janeiro 2012

Abalar os alicerces

Hoje temos um mercado de arrendamento habitacional distorcido, desfasado das necessidades e com um peso pouco mensurável na globalidade do mercado da habitação, um imenso parque edificado entregue à sua sorte por proprietários descapitalizados e desinteressados de investirem nele, e uma franja populacional, sobretudo a mais idosa, a viver em condições inacreditavelmente desajustadas dos padrões de conforto que se impõem para a época que vivemos.
Mas não é só o anacrónico paradigma vigente (nele se incluindo, é claro, o regime do arrendamentos comercial) que precisa ser abalado de vez nos seus alicerces, como pretende o Governo, a fim de se dinamizar o mercado de arrendamento, impulsionar a economia da reabilitação urbana e ir revitalizando as cidades.
(Leia mais na edição de 13 de janeiro do semanário 'O Algarve')

10 janeiro 2012

«Estado deve 363 mil euros das obras do Polis» ('Correio da Manhã', 6/Jan)

06 janeiro 2012

«Câmara de Lagos: Endividamento excessivo trava empréstimo» (in 'Correio da Manhã', 6/Dez)

«Tribunal de Contas chumba empréstimo de 1,9 milhões de euros à câmara de Lagos» (in Diário Económico, 6/Dez)

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05 janeiro 2012

Reagir

Perante a certeza de que o PS nenhuma esperança mais é capaz de dar às gentes de Lagos, que melhor desejo poderei eu ter para o Ano Novo do que acreditar que os lacobrigenses vão reagir, aproveitar para se questionar sobre o que cada um de nós pode fazer pela sua querida terra e começar a pensar a sério em quem podem, de facto, confiar para mudar Lagos de verdade a partir das Autárquicas de 2013?         

04 janeiro 2012

Lagos: Tribunal de Contas dá 'nega' a mais empréstimos

A Câmara de Lagos assumiu-se «impossibilitada de contrair empréstimos e utilizar aberturas de crédito de qualquer espécie», lê-se na informação dos serviços municipais que sustenta a proposta de desistência de um empréstimo de curto prazo no valor de 1,9 M€ decidida na reunião de Câmara de 4 de Janeiro.
Na base da decisão está a ultrapassagem dos limites legais de endividamento por parte do Município.
A impossibilidade do Executivo liderado por Júlio Barroso em aceder a mais empréstimos vem dar razão a posições anteriormente assumidas pelos autarcas sociais-democratas nos órgãos do Município quando se pronunciaram desfavoravelmente à intenção da Câmara de aumentar o seu endividamento sem que estivessem assegurados os meios próprios de liquidação e sujeitando-se ao pagamento de juros absolutamente proibitivos.   
I
Para consultar o documento de suporte à proposta deliberada na reunião da Câmara Municipal de Lagos de 4 de Dezembro de 2012 clique no link a seguir: